FELICIDADE
NOS PROJETOS
Quando pensamos
em um projeto, indiferente do porte ou valor do mesmo, este poderá durar poucas
horas, dias ou durar vários anos, porem independentemente do tempo, nenhuma
tarefa e/ou processo é interessante de ser realizado se não acreditarmos que o
mesmo torna nosso trabalho melhor e agrega além do trabalho, algo para nós
mesmos.
Muitos de
nós podem ter tido o prazer de entregar um projeto, pela qual eram responsáveis,
e uma pergunta simples que fica é: Será que considerar o dia da entrega o pode
ser visto como o dia mais feliz deste ou daquele projeto é o correto? Ou seja,
dizer que um único um dia mais significativo que todos os outros dias ou anos
que passamos para entregar no projeto até chegar a esse momento?
Atualmente a visão das empresas está baseada no desenvolvimento e valorização das pessoas, como forma de alcançar melhores resultados nas tarefas e/ou processos, na qual, pode ocorrer por meio da adoção das ideias de quem executa, no senso de oportunidades para que deseja crescer, na aproximação de várias pessoas na construção do planejamento, entre outros.
Mas além disso, é importante que em nosso cerne esteja inserido, que, além da forma de execução adotada para esta ou aquela tarefa ser a “melhor”, a mais “eficiente”, devemos buscar tornar o nosso trabalho mais prazeroso, mais feliz, resultando em ganhos tanto para empresa, quanto para os indivíduos e como resultado final, teremos um ganho empresa-pessoas.
Um exemplo de
como um projeto pode ser prazeroso, à medida que percebemos o quanto ele é
importante dentro de nossas jornadas é o de ciclistas amadores ou
profissionais. Ao conversar ou convivermos com eles, percebemos que a maioria
gosta de compartilhar os trajetos nos quais já passaram, falando deste ou
daquele trajeto que foi mais legal de fazer, falando sobre os percursos, das
descidas difíceis ou subidas piores ainda, estradas ruins, ou imprevistos
ocorridos, mas principalmente destacando o sentimento de superação quando foram
além de seus limites, percorrendo 20, 50 ou mais de 100 km.
Quando se
está envolvido com este ou outro esporte, se percebe que o prazer está mais
presente no processo de percorrer o trajeto, ou seja, no prazer de subir ou
descer uma ladeira com um grupo de amigos, na participação, no vencer os
próprios limites do que somente na chegada. Não é raro, ao final, quando o
grupo se reúne para confraternizar, geralmente a conversa gira em torno da
próxima programação, imaginando uma dificuldade maior. Diante disto, fica claro
que, o processo de praticar o esporte e superar os limites são tão ou mais
felizes do que chegar ao final do trajeto ou da prova, pois chegar ao final,
atingir a meta de percurso e superar as dificuldades no caminho dão uma sensação
de vitória tanto quanto a vitória em si.
A
construção do conceito de “pensar em
projetos baseados em ambientes felizes em vez de pensar somente no resultado
como o dia mais feliz”, em nossos ambientes de trabalho, permitirá alcançar
os objetivos do projeto com mais naturalidade e com melhores resultados. Tornar
as tarefas e/ou processos mais prazerosos, permite que os sentimentos adotados
neste ambiente transcendam o espaço físico das empresas e/ou projetos e
alcancem nossas famílias e amigos, e por sua vez retornem com mais intensidade.
Construir junto com nossa equipe um ambiente baseado nestes princípios, pode
não parecer fácil, mas será que é mais difícil que construir uma ponte,
desenvolver um programa ERP ou implantar um sistema de qualidade?
Projetos
não são feitos apenas de situações e momentos felizes, em um ambiente muito
dinâmico como este sempre haverá situações a qual haverá conflitos,
divergências, pressão, entretanto o papel do gestor do projeto e de sua equipe,
é de criar uma situação para que ao longo destes vários dias ou anos, todos
estes pontos possam ser vistos como exceção, lembrando principalmente que a
melhor estratégia para resolver ou lidar com um problema não é deixar cair no
esquecimento, mais sim enfrentar, escutar, buscar uma solução, valorizar e compreender
o sentimento de todas as partes e, assim, tornar o ambiente de trabalho melhor.
Para entendermos e tentarmos medir a felicidade da equipe, podemos nos fazer as
seguintes perguntas:
Como você se sente
em relação ao seu trabalho?
O que acha que
poderíamos fazer para tornar seu trabalho melhor?
O que minha equipe
pensa?
Felicidade
nos ambientes de trabalho, também pode comprovada, a partir de pesquisas, que indicam que ambientes
de trabalho saudáveis e felizes estão diretamente ligados ao sucesso tanto na
esfera profissional quanto no pessoal. E quando falamos em saudável não é simplesmente
colocando um escorregador do segundo para o primeiro andar, e mantendo a
filosofia de que eu mando e você faz.
Em termos de
clientes e fornecedores, estes conseguem sentir quando o clima interno não é
amistoso o que dificulta sua aproximação e colaboração com o projeto na hora em
que um problema surge.
Já em termos das
pessoas envolvidas no projeto (equipe), estas produzirão menos ou irão embora
se a valorização e o ambiente não forem bons. Pessoas mais felizes naquilo que
estão fazendo, conseguem alcançar os resultados de forma mais fácil e natural,
e como consequência tem chances maiores de alcançarem seus objetivos.
Enfim, não custa
nada pensar que ter ambientes dentro da filosofia de Felicidade em Projetos
e/ou Processos, pois com certeza os projetos alcançaram os resultados, sendo
esse, uma consequência e não somente foco.
Trecho do livro: GESTÃO
DE PROJETOS E LEAN CONSTRUCTION: Uma abordagem prática e
integrada